Individual

Mestre José Alves Carneiro - Tesouro vivo do Ceará

Área de Atuação

Cultura Popular

Funções

Descrição curta

Mestre da Cultura no Município de Pacoti-CE, titulado tesouro vivo do Ceará, pela secretaria da cultura do estado, faço trilha pela Serra no Maciço de Baturité, descubro aves e plantas nativas e meu oficio de mateiro tem colaborado imensamente com estes conhecimentos ancestrais para a comunidade e o campo da pesquisa acadêmica de modo geral.

Dados Pessoais

E-mail Público: zecarneiro150@gmail.com

Endereço: R LUIZ TEOTONIO 71, CONJ PLANALTO, Pacoti, CE, BR

Estado: CE

Município:

CEP: 62770-000

Logradouro: R LUIZ TEOTONIO

Número: 71

Complemento: CASA

Bairro: CONJ PLANALTO

Descrição

Filho dos agricultores João Carneiro da Silva e Maria Alves Carneiro, José Alves Carneiro nasceu no município de Pacoti. Desde pequeno, o cearense de 55 anos se embrenhava nos matos por ofício de família - e foi no verde do Maciço de Baturité que se encantou. Com oito ou nove anos, já não sabe bem precisar, o menino magricelo brigava com os adultos para defender a natureza que tanto maturava seu crescimento. "Muita gente me chamava de louco, dizia que os matos não serviam pra nada, mas você derrubar uma árvore dessas só pra ver a queda? Eu não gostava disso, não", relembra.

Entre andanças no mato feito bicho solto, Zé Carneiro descobriu logo que sua formação estava longe dos bancos da escola. Certa vez, danado, derrubou de propósito uma cadeira no colégio e foi severamente repreendido pela professora com uma palmatória. Naquele dia mesmo, largou os estudos formais. "Quando cheguei em casa, o pai disse: 'Olha, você não não dá pro lápis. Sua caneta é a enxada e seu livro vai ser a terra. Você vai desfolhar a terra, já que você não quer estudar. Você é do mato'. Fiquei desgostoso, mas já não tinha jeito". Para ocupar os dias, entrava nos terrenos naturais e, curioso, queria saber de tudo: "que tipo de madeira era aquela? E esse bicho, como se chamava?" Andarilho, desbravou e conheceu cada reserva natural dos sítios de Pacoti e municípios vizinhos, como Palmácia, Guaramiranga, Baturité e Mulungu.

Com 18 anos, "muito besta e matuto", já era reconhecido como mateiro. "E o que é mateiro? Eu resgatei essa profissão que tava morta, eu fui buscar lá no passado, meu conhecimento é empírico. Tenho um pouquinho de conhecimento da mata".

A humildade de Mestre Zé Carneiro, no entanto, esconde uma vasta trajetória acadêmica. Em 1992, uma pesquisadora da Universidade Federal do Ceará lançou ao mateiro um desafio que ninguém queria: andar com ela nas matas para catalogar samambaias. A partir daí, o fio da vida se desfiou e o morador de Pacoti estabeleceu frutíferas parcerias com as universidades do Estado para catalogação de espécies encontradas nas matas.

"Eu segui nessa vida toda fazendo trilha e aguentando humilhação. Diziam que quem gosta de mato é burro, é jumento, que mato é pra queimar e derrubar.

Deixa a mata em pé. A mata precisa viver! A natureza clama por vida. Eu sou um bicho de casa criado no mato, mas os professores da Uece e da UFC já me disseram que eu ainda ia ser um dos grandes ensinadores do Ceará, do Brasil e do mundo. Eu sequer tive reação quando fui eleito Mestre da Cultura. O que eu consegui até hoje foi com muito amor", emociona-se o Mestre mateiro.

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